A Federação Internacional de Motociclismo (FIM) revelou nesta quinta-feira os detalhes técnicos da categoria que vai substituir as 250cc no Mundial de Motovelocidade.
Batizada de Moto2, a nova classe terá seu primeiro campeonato em 2011, com equipamentos de 600 cilindradas.
Os motores das máquinas poderão ter quatro cilindros no máximo, seguindo uma série de limitações para manter a competitividade acirrada.
As motos tetracilíndricas ficarão restritas aos 16.000 rpm e ao peso limite de 53 kg (motor). Já as tricilíndricas deverão ter 15.500 giros e 50 kg, enquanto as bicilíndricas serão limitadas a 15.000 rpm e 47 kg.
Neste novo torneio, os pilotos só poderão utilizar uma moto por corrida e apenas dois motores. Para não haver trapaças, as equipes terão de apresentar os números de série dos propulsores no Controle Técnico um dia antes do início dos treinos livres.
Ao contrário do Mundial de Supersport, que utiliza motocicletas de 600cc de série, a Moto2 exigirá dos times a construção de um protótipo para o campeonato. Para reduzir os custos, será vetado o uso de composto de carbono nas rodas e até mesmo nos freios.
Outra medida para conter os gastos é a permissão de compra e venda de motores entre as equipes, ao preço de 20 mil euros após o término de cada corrida.
Com o fim das 250cc, criada em 1949, a Motovelocidade passará a ter apenas uma categoria restrita aos motores dois tempos: as 125cc. Resta saber, contudo, se a chegada das 600cc não implicará em alterações na classe de entrada para o Mundial, que tende a ficar menos atrativa para desenvolvimentos técnicos em função da distância que a separa das motos de 600 cilindradas.
A desaceleração nas vendas e na produção de motocicletas apresentada nos últimos meses, motivada pela crise financeira global, não impedirá o setor de duas rodas de fechar 2008 com novos recordes.
De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares (Abraciclo), o segmento deve encerrar o ano com 2.115.000 motos produzidas, 22% a mais na comparação com 2007, quando 2.040.000 unidades deixaram as fábricas.
As vendas para o mercado interno já superaram o índice de 1.600.000 alcançado no ano anterior. Até novembro, foram comercializadas 1.780.000 motocicletas, montante que tende a subir para 1.870.000 até o fim de dezembro.
“Nossa estimativa era chegar a 1.930.000 vendas. Mesmo assim, teremos um aumento de 17% no mercado interno se compararmos com o saldo do ano passado”, ressaltou Paulo Takeuchi, presidente da Abraciclo.
Em novembro, foram vendidas 108.681 motos, 11% a menos que em outubro. O melhor desempenho em 2008 foi atingido em setembro, quando 186.355 novos modelos ganharam as ruas do país.
Acompanhando a tendência gerada pela economia, as exportações do último mês também sofreram queda. De 11.461 em outubro para 9.779, redução de 14,7%. A projeção anual da Abraciclo, contudo, foi superada, já que se previa a exportação de 110.000 motos e até o momento foram despachadas 121.800 unidades.
Otimismo, mas previsão comedida
Apesar do clima de incerteza que assombra a economia no mundo, a Abraciclo não demonstra pessimismo em relação ao futuro do setor. “O mercado brasileiro de motocicletas tem um enorme potencial, pois o veículo de duas rodas simboliza praticidade e alternativa para o trânsito”, justificou Takeuchi.
“Para 2009, prevemos um cenário semelhante ao de 2007, com a produção de 1.700.000 motos. Trata-se de uma estimativa prévia, calculada com base nas nossas reuniões e nos dados dos nossos associados”, explicou o presidente.
No mês passado, o governo decidiu reduzir a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado no financiamento de motos de 3,38% para 0,38%, com o objetivo reaquecer as vendas. A tática, porém, não surtiu efeito, segundo Takeuchi.
“Houve a redução, mas permaneceram as dificuldades de crédito. A demanda continua aquecida, porém em função da restrição de financiamento há dificuldades na venda final do produto”, alegou.
Atualmente, fazem parte da Abraciclo as marcas Honda, Yamaha, Kasinski, Harley Davidson, Sundown, Dafra, Traxx e Bramont.
A FIM (Federação Internacional de Motociclismo) divulgou na tarde de ontem o calendário oficial da temporada 2009 do Mundial de Superbike.
O único diferencial em relação à lista provisória apresentada em outubro foi a definição do palco da penúltima etapa do torneio, a ser realizada em Ímola, na Itália.
O regresso do renovado circuito, porém, culminou na saída da pista de Vallelunga, que sobreviveu no calendário da categoria por apenas dois anos.
No mais, o destaque da listagem de provas fica por conta da ausência de Brands Hatch, tradicional corrida inglesa, e o retorno da África do Sul. Outra mudança diz respeito à etapa de abertura do certame, agora na Austrália e não mais no Catar.
Ao todo serão 14 rodadas duplas, a primeira delas no dia 1 de março, em Phillip Island. Vale lembrar que a nova temporada não terá a presença do campeão de 2008, afinal Troy Bayliss decidiu se aposentar das pistas.
Confira o calendário oficial de 2009:
01/03: Austrália (Phillip Island)
14/03: Catar (Losail)
05/04: Espanha (Valência)
26/04: Holanda (Assen)
10/05: Itália (Monza)
17/05: África do Sul (Kyalami)
31/05: Estados Unidos (Salt Lake City)
21/06: San Marino (Misano)
28/06: Inglaterra (Donington Park)
26/07: República Checa (Brno)
06/09: Alemanha (Nürburgring)
27/09: Itália (Ímola)
04/10: França (Magny-Cours)
25/10: Portugal (Portimão)
A surpreendente decisão da Honda em abandonar a Fórmula 1, anunciada nesta sexta-feira no Japão, em nada afetará a seqüência de atividades da equipe oficial da marca no Mundial de MotoGP. Quem garante isso é o porta-voz da montadora na Europa, Paul Ormond.
“Esse episódio não interfere nos demais compromissos que a Honda tem com o esporte a motor”, declarou o informante, em entrevista ao site da revista “Autosport”.
“Estamos estudando várias maneiras de reduzir nossos gastos, assim como tenho certeza de que as demais equipes estão fazendo. Seja na MotoGP ou em qualquer outra categoria do motociclismo”, completou.
De acordo com o presidente da fabricante nipônica, Takeo Fukui, a crise econômica mundial fez com que a empresa abandonasse a F-1. “A Honda precisa garantir a continuação de seu foco principal, a construção e venda de automóveis”, justificou.
Na MotoGP, o time de fábrica da companhia japonesa é uma das principais forças do grid. Em 2009, terá como pilotos o espanhol Daniel Pedrosa e o italiano Andrea Dovizioso.
Após dois dias de testes na Fórmula a bordo de uma Ferrari, o retorno de Valentino Rossi às pistas da MotoGP não poderia ter sido mais satisfatório. Trabalhando com a Fiat Yamaha, o piloto italiano cravou o melhor tempo nos treinos coletivos de Jerez de la Frontera, o que ele garantiu ser "mentalmente importante" para iniciar bem a temporada 2009.
Por se tratar da oportunidade de entrar em ação neste ano, visto que os próximos testes oficiais da MotoGP só estão marcados para fevereiro do ano que vem, em Sepang, o trabalho em Jerez foi utilizado pelas equipes já como preparação para o ano que vem. Um dos pilotos que utilizou o equipamento de 2009, Rossi vibrou com sua marca de 1min39s429, suficiente para superar por 0s018 o espanhol Dani Pedrosa, segundo colocado.
"Realizamos um bom trabalho", disse o italiano, que na última semana havia voltado a experimentar uma Ferrari, ao diário La Gazzetta dello Sport.
"Concentrei-me na nova moto e consegui terminar o ano de 2008 à frente de todos. Este foi um ano extraordinário e maravilhoso para mim, eu me lembrarei dele para sempre", emendou ele, que conseguiu o hexacampeonato na elite do motociclismo.
Segundo Rossi, o fato de Pedrosa, um de seus principais rivais na categoria, também ter aproveitado o espaço para estrear o modelo 2009 da Repsol Honda, faz o resultado garantido em Jerez ser ainda mais importante.
"De um certo ponto de vista, ser o mais rápido não significa nada, mas de um aspecto psicológico é importante", continuou. "Além disso, quando eu consegui o tempo, Pedrosa voltou à pista para tentar me bater, mas não foi capaz. Entrar em férias com o primeiro lugar é bem mais relaxante".