Em 10 anos, a frota circulante de motocicletas no Brasil pulou de 2,8 milhões para mais de 12 milhões. Um crescimento de mais de 233% no número de motos rodando por todo o território nacional. Isso se deve à falência ou inexistência do transporte coletivo e também ao caos urbano nos grandes centros.
Para discutir a convivência entre automóveis e motos nas grandes cidades, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), a Abraciclo — associação que reúne os fabricantes de motocicletas — e a revista “Duas Rodas” promoveram na última terça-feira o Fórum Desafio em Duas Rodas.
A finalidade foi levantar os principais problemas e apresentar propostas para tentar solucionar as dificuldades envolvendo a segurança dos motociclistas. De pronto, o fórum serviu para enumerar assuntos prioritários que envolvem o tema como, por exemplo, o desenvolvimento de equipamentos de proteção mais efetivos e acessíveis, projetos de vias e sinalização mais adequados à presença da moto, além de legislação, fiscalização, formação do motociclista e a regulamentação da profissão de motofretista.
Um ponto a ser elogiado foi o de levar o assunto motocicleta para dentro de uma das mais conceituadas instituições de ensino do planeta, a USP. Neste fórum altamente democrático sentaram-se à mesa especialistas da universidade, da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) e da Abraciclo. O público participou dos debates e auxiliou os especialistas a identificar os principais problemas nesta relação motociclista versus motorista.
Falta de educação
De cara uma coisa ficou clara, falta consciência e educação por parte dos condutores. Além disso, a motocicleta é um veículo frágil e muitos pilotos abusam da sorte. “Precisamos melhorar a imagem da motocicleta. A moto é um meio de transporte racional, sinônimo de mobilidade, porém deve ser usado com responsabilidade”, afirmou Nicolás Lagomarsino.
Motociclista desde 1971, o palestrante sugeriu campanhas educativas, criação de um disque-denúncia para punir os infratores sobre duas rodas, sinalização específica para as motos e disciplinar o uso do “corredor”.
Pensando em facilitar a vida do motociclista, o Departamento de Engenharia de Transportes da Poli-USP pretende elaborar um estudo no qual as faixas das vias tenham larguras variáveis, de acordo com o tipo de veículo. Outra proposta é a criação de uma faixa exclusiva para as motos entre as pistas da esquerda e central. Depois de concluído, o estudo será levado para a CET de São Paulo.
Corredores
Para Nancy Schneider, gerente de Trânsito da Diretoria de Operações da CET, um dos grandes problemas enfrentados no caótico trânsito de São Paulo é a utilização dos corredores pelos motociclistas. Ignorados pelos órgãos público, esta faixa imaginária entre os carros são vias naturais para uma maior fluidez das motos.
“Tendo como referência uma motocicleta de 125/150cc, sobram apenas cinco centímetros da cada lado para o motociclista passar entre os carros. O perigo de acidente é eminente e por isso sou contra a sinalização de corredores para as motocicletas”, contou a gerente da CET, dizendo que outra causa de inúmeros acidentes é a mudança de faixa, já que muitas vezes o motociclista está no “ponto-cego” dos carros, ônibus e caminhões.
Para Dirceu Rodrigues Alves Jr., diretor do Departamento de Medicina Ocupacional da Abramet, a indústria do trânsito gera mais de 380 mil vítimas por ano. Para dar assistência aos acidentados, o estado gasta mais de US$ 28 bilhões entre resgate, pronto-atendimento, remédios, leitos, etc.
“Vivemos um caos, uma guerrilha urbana. No caso de acidentes com motos, 77% acontecem de dia, com pista seca. Ou seja, abuso, imprudência etc. Precisamos mudar esta situação”, destacou o especialista.
“A utilização da motocicleta foi uma evolução dos meios de transporte. Hoje, o indivíduo deixa o carro em casa e vai trabalhar de moto. A moto é uma necessidade, uma facilidade, uma realidade. Porém deve ser encarada com muita responsabilidade. A moto e o motociclista são frágeis. Precisamos nos conscientizar dos riscos. Termos que humanizar o transporte e minimizar os riscos. Minhas sugestões são criar vias próprias para veículos leves, padronização de itens de segurança para motos e motociclistas. Precisamos de medidas imediatas para corrigir estes desvios de rotas”, concluiu o médico.
Para Cicero Lima, editor da revista “Duas Rodas”, a realização do fórum é apenas a ponta de um iceberg. “Agora, com a ajuda da Poli-USP essa discussão será levada adiante, com a criação de grupos de trabalho. A idéia é apresentar soluções aos organismos competentes. Não queremos um ‘11 de setembro’ todo mês no Brasil”, comparou, referindo-se aos quase 3.000 mortos por acidente de trânsito no país, número semelhante aos mortos no atentado terrorista ao World Trade Center, em Nova Iorque.
Pela segunda vez na carreira, o italiano Valentino Rossi, dono de oito títulos mundiais na motovelocidade, fez testes com o carro da Ferrari. Após as provas realizadas em Mugello na última quinta-feira, ele disse que tem capacidade para pilotar na principal categoria do automobilismo mundial.
"Tinha potencial para me converter em um bom piloto de Fórmula 1. Descobrimos analisando meus tempos em Mugello, Fioraro e Valencia. Com muito empenho e um bom projeto, poderia ter me convertido em um bom piloto. Ganhador? Não posso saber, mas o potencial existia e existe", disse.
Em fevereiro de 2006, Rossi testou no circuito valenciano de Cheste Rossi. Na época, ele ainda cogitava a possibilidade de deixar a motovelocidade para realizar o sonho comum a todos os italianos de pilotar pela Ferrari.
O F2008 que Rossi provou em Mugello não conta com o controle de tração do carro testado por ele há quase três anos. Uma tempestade reduziu os trabalhos de Valentino para 51 voltas. Seu melhor tempo foi de 1min22s5, quando Badoer e Raikkonen fizeram 1min21s.
Em maio de 2006, Rossi descartou a idéia de correr na Fórmula 1, mas o bom relacionamento com Stefano Domenicalli, diretor esportivo da Ferrari, se manteve intacto. Valentino é um ícone na Itália, assim como a Ferrari, e a soma das duas partes satisfaz a todos. Os recentes testes em Mugello são um prêmio pelo título de Valentino na MotoGP.
A Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículo Automotores) divulgou os números de emplacamento da primeira quinzena de novembro.
Foram emplacadas 69.834 motocicletas, uma queda de 10,69% nos emplacamentos em relação ao mesmo período do mês passado e 14,58% menos se comparado com os primeiros 15 dias de novembro de 2007.
A previsão da federação é fechar o penúltimo mês do ano com 145.000 motos emplacadas.
Um fato curioso é que a moto mais vendida no país, a Honda CG 150 Titan, vendeu menos que a outra CG, a 125 Fan.
Durante a primeira quinzena de novembro, a motocicleta de 125 cilindradas da Honda vendeu 18.676, contra 17.687 da CG 150.
Quem acredita no ditado que “moto foi feita para correr, não para brecar” está redondamente enganado. Assim como o motor, o sistema de freios é um componente essencial para a motocicleta.
Além de ter duas rodas a menos que os carros, as motocicletas têm pouca área de atrito entre os pneus e o chão, tornando a frenagem mais complexa. Mas o que fazer para garantir o bom funcionamento do sistema de freios?
O que realmente faz a motocicleta parar é a superfície em que o pneu está em contato. Nada adianta um freio potente se a moto está rodando em uma pista lisa feita sabão. A moto não irá parar e as chances de uma queda são grandes.
Tipos de freio
Em motos antigas ou de baixa cilindrada o sistema de freio utilizado é a tambor. Sua manutenção é mais barata, porém sofrem mais em condições adversas como chuva e freios mal regulados. Há o mito de que os freios a tambor são ineficazes. Mas se bem regulados funcionam tão bem quanto o sistema a disco.
No caso de entrar água dentro do tambor as lonas podem acumular sujeira e gerar ruídos durante a frenagem. Também há o risco de vitrificação da lona, ou seja: a lona perde a aspereza necessária para entrar em atrito com o cubo da roda, diminuindo o poder de frenagem. Para reverter essa situação, basta lixar as lonas com uma lixa de ferro para voltarem a ficar ásperas. O trabalho pode ser feito em casa ou na oficina.
Os freios a disco, utilizados em motos mais potentes, são compostos basicamente por pastilhas, pistão, fluido de freio e disco. Seu funcionamento é hidráulico. Ou seja, ao acionar o manete ou o pedal, o fluido de freio se move em direção a pastilha e “empurra” o pistão; esse, por sua vez move a pastilha para entrar em contato com o disco.
Motos com freios a disco oferecem uma resposta mais rápida que o sistema a tambor, mas o motociclista também gasta mais em sua manutenção. Por ficarem expostos os discos estão sujeitos a avarias.
Em uso constante, como por exemplo em uma longa descida de serra, os freios apresentam o tradicional “fading”, ou fadiga. As respostas ficam mais lentas em função da alta temperatura alcançada pelo fluido de freios, que pode evaporar e retardar o tempo de resposta do freio. Ou seja, motocicleta precisa de mais espaço para realizar a frenagem.
Dicas
Para manter o correto funcionamento dos freios, seguem algumas dicas para o motociclista poder fazer a manutenção em casa:
- Verificar e ajustar a folga dos manetes e pedais conforme o manual do proprietário da motocicleta;
- No caso de freio dianteiro a tambor é recomendável observar o estado do cabo de acionamento, se necessita de lubrificação ou troca.
- Ruídos metálicos vindos das rodas é sinal de que as pastilhas estão gastas e podem danificar os discos;
- No caso de freios a tambor, conferir a regulagem dos freios próxima ao cubo das rodas;
- Regular a “altura” do manete conforme a preferência do piloto, em motos com regulagem do manete;
- Verificar o nível de fluido de freio em motos com freio a disco;
- Conferir se o sistema de freios produz algum ruído incomum. É sinal de avarias no sistema;
- Colocar a motocicleta no cavalete central (se tiver) e girar as rodas para conferir se há algum empeno nos discos;
- Freios com acionamento “borrachudo” muitas vezes tem solução realizando sangria do sistema de fluido de freio.
Sem imprevistos na largada e mesmo saindo da oitava posição, Gilson Scudeler venceu na tarde de hoje, em Interlagos, a última prova da temporada 2008 do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade, categoria Superbike.
O heptacampeão nacional fez uma corrida tranqüila, subindo de posições aos poucos até chegar à dianteira e não ser mais incomodado. Murilo Colatreli, repetindo o bom resultado da bateria inicial, recebeu a bandeirada em segundo. Cristiano Vieira, Pablo Martins e Bruno Corano completaram o pódio.
Com o novo triunfo, Scudeler finalizou o torneio com 11 vitórias em 12 corridas realizadas. “Não ter ganhado todas, como eu planejava, pode ser o incentivo para eu continuar nas pistas em 2009”, avisou o veterano.
No próximo ano, Gilson pretende se dedicar à “Fábrica de Campeões”, projeto de criação de uma categoria de base para a motovelocidade brasileira que vem desenvolvendo há algum tempo.
Pela declaração acima, no entanto, o multi-campeão não demonstra qualquer interesse em pendurar o capacete. Para o azar de seus concorrentes.
Resultado da 2ª bateria:
1) Gilson Scudeler
2) Murilo Colatreli
3) Cristiano Vieira
4) Pablo Martins
5) Bruno Corano